terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Acordo com Misericórdias

O CDS quer que o Estado celebre um acordo com as Misericórdias para agilizar a recuperação das listas de espera cirúrgicas. Argumenta que o sector social tem 14 hospitais que podem fazer 40 mil cirurgias anuais, uma capacidade que está subaproveitada. O projecto de resolução de acordo-quadro com a União das Misericórdias consta do agendamento potestativo que o CDS faz depois de amanhã, no Parlamento, e visa reduzir as listas de espera em quatro especialidades: ortopedia, oftalmologia, urologia e cirurgia vascular.

De acordo com o documento, existem 14 hospitais de Misericórdias com "capacidade humana, material e técnica" para ajudar a resolver o problema, em especialidades que, juntas, têm quase 80 mil inscritos. Pedro Mota Soares sublinhou que estão em causa várias especialidades, como a oftalmologia ou a cirurgia vascular, frisando que muitas pessoas, sobretudo "mais velhas e com menos recursos", estão "em listas de espera durante muito tempo". O democrata-cristão explicou que, aproveitando tudo o que é capacidade instalada, "será possível dar a estas pessoas um pouco mais de qualidade de vida".

A maioria das misericórdias em causa têm convenções no âmbito do Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia, para receberem doentes com vale-cirurgia sempre que o seu problema não seja resolvido em tempo "razoável". No entanto, segundo a deputada Teresa Caeiro, esse sistema apenas ocupa "um terço da capacidade instalada". A ideia do projecto de resolução é "replicar o acordo" que existe há anos entre o Estado e o Hospital da Prelada, em que este presta cuidados de vária ordem para o Estado. "Defendemos que sejam utilizados todos os recursos disponíveis", dentro das possibilidades do Estado, numa época de crise. E essa prestação pelo sector social, adianta o CDS, está prevista na Lei de Bases da Saúde. O foi alvo de discussão nas Jornadas Parlamentares do partido, que decorreran em Guimarães. O painel sobre pobreza conta com a presença do presidente da União das Misericórdias, Manuel Lemos.


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